quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Módulo 1 - Educação e construção de valores

Vídeo-aula 3: O juízo moral na criança.

Segundo Piaget, no que diz respeito à moral, nós nascemos anômos ( sem moral, ou regras morais), com a convivência social nos tornamos heterônomos (moral regulada de acordo com regras e leis externas ao nosso juízo) e deveríamos nos tornar autônomos (regulados pela nossa própria moral, individualmente constituída). Mas diante dos fatos que observamos na sociedade em geral, como absorver, acomodar, valores positivos durante nossa heteronomia?



Bons exemplos serão sempre boas sementes...


Vídeo 4 - A escola e a construção de valores

A escola esta completamente voltada para conteúdos. As crianças estão condicionadas a trabalhar esses conteúdos. A ética, pelo que temos visto nas vídeo-aulas e textos base, trata de algo que com certeza é muitíssimo interessante: trata da vida. Nos proporciona oportunidade para discutir situações, discutir e propor resolução de problemas, abrir o diálogo, a possibilidade de se colocar. A oportunidade de viver. Mas a vida as vezes é barulhenta e difícil demais de administrar.



Vídeo-aula 7: Educação e Valores.

São várias as concepções de ética e moral, mas independente de divergentes ou convergentes uma coisa é certa: ela acontece no coletivo. Nosso primeiro contato com o coletivo acontece dentro da família e a escola é uma transição entre a família e a vida social. O papel da escola é o local onde busca se promover a transformação do indivíduo externamente regulado para aquele que regula suas próprias regras internas e conquiste sua autonomia moral. Essa mudança é promovida muito mais por exemplos do que por qualquer dimensão teórica, muito mais pelo que para nós são nossos valores.  
Por todos os tempos, toda a discussão acerca de ética pode ter tido vários enfoques e concepções diferentes, mas sempre esteve acerca de valores e normas coletivas. Colocar-se no lugar do outro, não ferir a coletividade, buscar o justo meio, uma forma universal de ação, sua máxima universal. 
Existe assim todo um universo que temos que observar e levar em consideração em nossas relações constituintes de valores, nossos e alheios.  

Vídeo-aula 8: A construção psicológica dos valores.

Os nossos valores se constituem fundamentalmente nas trocas afetivas que nós, sujeitos, realizamos com nosso exterior. Do ponto de vista psicológico, as construção do sujeito não se dá de maneira uniforme em todos os sujeitos, depende dos sentimentos, daquilo de que eu gosto. Esse será um fator definitivo para a construção psicológica desse indivíduo. A intensidade do sentimento que vivo com relação à algo será a determinante da centralidade dessa constituição, sendo também essa mutável de acordo com minha situação externa. Dependendo da situação externa a que é exposto, esse sujeito pode sofrer variações dessa centralidade. 
Se são sentimentos tão importantes, temos que pensar nosso trabalho de forma  que ele seja instrumento de produção de sentimentos positivos, para uma construção psicológica de valores que reflitam essa percepção positiva de valores.

Vídeo-aula 11: perspectivas atuais das pesquisas em psicologia moral.

A pesquisa em psicologia moral nos mostra que o sentimento é o grande regulador da constituição dos meus valores. A intensidade desse sentimento, o que determina a centralidade de determinado valor naquela situação. 
Os resultados destas pesquisas nos mostra por onde podemos trabalhar para a melhora da realidade escolar pois seu campo de observação ocorre nas relações entre o sujeito psicológico e o meio. Nós alunos, professores, funcionários somos sujeitos e a escola é um meio efetivo.  
Sendo assim, temos que trabalhar valores como objeto de conhecimento, promovendo ações intencionais como sequências didáticas e projetos que contemplem esse objetivo. Atividades em que haja a exposição dos sentimentos e possibilite trabalhar valores ligados à eles.

Vídeo-aula 12: Perspectivas atuais na educação em valores.

A implementação da estratégia de projetos na escola, ocorre através da interação escola X comunidade. Uma das formas prática de trabalho, é a promoção inicial de um fórum, com a participação de toda a comunidade escolar (alunos, pais, funcionários, professores, comerciantes e moradores do entorno escolar) em que são definidas temáticas locais que serão contempladas pelo currículo da unidade. Em um segundo momento, levar a escola para a comunidade e observar aspectos relativos à proposta, pensando  projetos que serão implementados. Um terceiro momento, é quando esses problemas e resultados dos projetos retornam para a escola trazendo temas para todas as disciplinas.  Definir as virtudes, promover o maior nível de acesso possível e trabalhar de forma a sensibilizar os alunos, pois a partir do sentimento, as vontades passam a ser deles.

Vídeo-aula 15: Dimensões constitutivas do sujeito psicológico.

Para uma atuação conectada à realidade, temos que conhecer quem é nosso aluno. Quem é esse sujeito com quem travaremos relação? Nosso pressuposto considera o sujeito psicológico e suas diferentes dimensões constitutivas, os aspectos biológicos, sócio culturais, cognitivos e afetivos. Essa concepção não privilegia nenhuma das dimensões e também não as diminui. Todas são importantes e atuantes de acordo com a necessidade imposta pela situação que a circunvizinha. 

Vídeo-aula 16: A construção de valores e a dimensão afetiva.

Há dois enfoques que consideram a afetividade na construção de valores. O primeiro é o enfoque de Piaget, que considera a afetividade como combustível para a cognição mas que não é capaz de modificar essa cognição. Há um segundo que vai um pouco além do primeiro, que  considera a afetividade não somente um combustível mas como um dos aspectos organizacionais do psiquismo humano. Em uma pesquisa realizada junto à determinadas escolas da cidade de São Paulo, foi aplicada uma questão constituída de dilema ético a três grupos que foram induzidos de diferentes formas. Um de forma negativa, outro de forma positiva e outro não foi induzido. No grupo induzido de forma positiva, os resultados apresentaram valores relacionados à culpa, vergonha e sentimentos enquanto que no grupo induzido de forma negativa, tais aspectos não foram contemplados. O trabalho com a dimensão da afetividade gera valores, sendo assim essa dimensão tem que ser contemplada no trabalho da escola através da explicitação desses sentimentos possibilitando o trabalho com preceitos morais em formação. Ações simples como não minimizar vínculos afetivos como a amizade em detrimento da disciplina são importantes, pois essa é precedente de algo maior, a fraternidade por exemplo. Assim é possível a construção de um ambiente mais feliz e saudável com presença de sentimentos como cooperação e fraternidade ativos.

Vídeo-aula 19: Podem a cidadania e a ética ser ensinada.


Através de um viagem à Grécia antiga, é possível que a questão da formação moral do homem não é uma questão em voga na modernidade. Na antiguidade grega já se falava sobre as virtudes e qual era a sua natureza. Antes de Aristóteles, não se referiam os sábios muito a essa questão. A virtude era inata ou concedida através de uma escolha divina. Com a democratização da Polis, o assunto ganha destaque e passa a ser discutido e estudado. O mesmo processo acontece com a democratização da escola. Antes o acesso era para poucos, hoje todos estão na escola e por isso a questão da formação ética e da virtude parece voltar com tanta força. Parece, pois na verdade ela nunca deixou de ser discutida, estudada, mas com o maior número de indivíduos, com a mudança do panorama geral, é preciso pensar melhores formas para trabalhar esta formação.
E a melhor forma é pelo hábito, pela ação, pelo exemplo. Formamos eticamente muito mais pelas nossas ações do que pela teoria. A melhor forma de ensinar fraternidade é sendo fraterno, solidariedade e sendo solidário, justiça e sendo justo. Não há disciplina especializada de virtudes e nem especialistas em tal. Somente as obras que praticamos aliadas ao tempo pelo qual a praticamos, vai demonstrar qual é o campo da construção da virtude.


Vídeo-aula 20: Violência e educação - violência na escola. 


Em primeiro lugar, precisamos efetivamente reconhecer que falar sobre o tema de violência na escola não é fácil, até porque faz parte da violência em si emudecer os envolvidos, enfraquecer seus discursos e até mesmo invalidá-los diante da ação. Uma vez assumido isso, temos que nos propor a falar sobre, mesmo diante da dificuldade. Para falarmos, é preciso que identifiquemos essa violência a que nos dizemos vítima. É preciso colocar em palavras o que nos acontece para estabelecer conexões  e possíveis formas de atuação da escola.
É preciso também, a partir desse diagnóstico, identificar o que cabe a escola resolver e o que não, aonde ela pode atuar e onde não. 
Uma queixa comum é a de violência no entorno escolar. Não cabe à escola resolver essas questões, mas podemos buscar maneiras efetivas de manter essa violência fora dos portões. Isso é possível por exemplo através de associação com o entorno, da implantação de projetos que transformem a escola em local protegido dentro dessa comunidade, associação com setores públicos como saúde, conselho tutelar, ou até mesmo familiares dispostos a ajudar. 
Quanto aos alunos, a queixa mais recorrente é a da discriminação do próprio sistema escolar. são violentados pois são aprovados sem ter aprendido e isso compromete toda a busca pela continuidade de seus estudos. Mas muitos dizem que eles não querem estudar. Mas como estudar em uma escola em que a direção não dirige, a coordenação não coordena, o professor não leciona? Os frágeis vínculos desses adultos com a unidade impedem que se fomente um grupo para aplicar e tocar um projeto de forma "efetiva". Como o aluno vai ter vontade de aprender? Não centralizo com isso o ônus por essa situação na figura do professor e gestão, só ressalto que somos nós os adultos. Devemos tomar a responsabilidade como tal e juntos, trabalharmos para que o aluno também seja inserido, a comunidade seja inserida, os órgão competentes sejam inseridos. Assim a instituição escola se fortalece e não é mais tão vulnerável à questão da violência. Não há nessa conduta uma promessa de solução, mas sim uma promessa de resistência, de busca de soluções conjuntas.


Vídeo-aula 23: Assembleias escolares e democracia escolar.


A educação de valores éticos se constrói através da ação. Essa é essencialmente a proposta da  metodologia de assembleia e escola democrática. Ela se constitui através da participação ativa de alunos, professores e demais envolvidos em reuniões em que são discutidas relações dentro do âmbito escolar. São basicamente três tipos de assembleia: a de classe, a de escola ou curso e a docente. 
A de classe ocorre dentro do ambiente da própria sala de aula, com a participação dos alunos em que será discutido pontos positivos (felicito) e negativos (critico), devidamente listados em um painel. É importante ressaltar que a crítica deve ser dirigida à ações negativas e não ao agente; não há a intenção de ataque direto e sim de discussão e busca de soluções adequadas.
A de escola ou curso, reúne representantes de alunos de cada sala, de professores, funcionários e coordenadores. São trabalhados também felicitações e críticas mas no âmbito do funcionamento geral da escola.
Nas reuniões de conselho, estão presentes professores, coordenadores e direção. O trabalho é realizado nos mesmos moldes, com críticas e felicitações, e mais outras questões pedagógicas pertinentes.  
As crianças formadas à partir de uma concepção mais democrática são mais críticas, por isso mesmo, mais exigentes e mais questionadoras. Apresentam sensivelmente grande desenvolvimento em sua linha de argumentação e posicionamento crítico. É uma metodologia mais "trabalhosa", mas contempla muitos aspectos transversais. Pode ser implementada em qualquer escola, seja ela pública ou não, desde que haja vontade e comprometimento. 


Vídeo-aula 24: Diversidade-pluralidade cultural na escola.


A questão da pluralidade, diversidade, diferença, multiculturalismo tem sido bastante discutida atualmente. Embora as tenha grafado todas juntas, não estou dizendo com isso que se tratam de sinônimos, digo que tratam do mesmo objeto. 
Nosso país especialmente se constituiu com uma grande diversidade cultural, apresenta dentro do mesmo território de dimensões continentais, influências e manifestações culturais muito diversas.  Como trabalhar de maneira justa, ética, tais questões? Em primeiro lugar precisamos identificar nossos próprios pré conceitos, verificar se não estamos identificados com antigas concepções. De acordo com Duschatzky e Scliar, podem ser essas, o outro como fonte de todo mal, o outro preso a uma marca cultural e reduzido à somente isso, o outro como alguém a tolerar, marcado pelo desprezo. Somente buscando superar concepções como essas, podemos trabalhar na dimensão da diversidade-pluralidade. 
A incorporação do estudo de culturas que compõe nossa diversidade   foi conquistada devido as lutas dos envolvidos. Para uma escola mais justa, todos devem estar presentes e para tanto temos que repensar como lidar com todas as diferenças, educar na diferença, dando ao outro a dimensão que ele, assim como nós, tem: a humana.


Vídeo-aula 27: Práticas de cidadania.








Vídeo-aula 28: O fenômeno do bullying.



Nenhum comentário:

Postar um comentário